×
Dicas Forbes Sobre Investimentos

Vale a Pena Esperar o Corte da Selic para Diversificar o Portfólio de Investimentos?

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Imagine que a queda de juros é como uma viagem de férias muito aguardada. A felicidade — valorização — começa no momento em que você compra as passagens e planeja o roteiro — expectativa do mercado.

No entanto, se você esperar chegar no aeroporto para começar a ficar feliz, terá perdido toda a emoção do planejamento — e no caso dos investimentos, pode ser que a emoção prévia seja onde está a maior parte do lucro.

No momento atual, os investidores locais e estrangeiros se encontram em um impasse. Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos a expectativa é de que a taxa básica de juros comece a cair de forma mais pronunciada nos próximos meses. Selic em queda significa maior apetite por risco. Mas será que é necessário esperar a tesoura do BC para começar a redesenhar o seu portfólio de investimentos?

Um estudo feito pelo multifamily office Ghia, esperar pode não ser a resposta. Em relatório divulgado a clientes, os gestores identificaram que os preços dos ativos financeiros não refletem apenas os fundamentos atuais, mas sim as expectativas futuras. Quando o Banco Central anuncia o “Dia 0” (o primeiro corte de juros), o mercado já incorporou essa notícia nos preços meses antes.

Ou seja, a valorização dos ativos de risco em cenários de alívio monetário ocorre em sua maioria quando o mercado começa a entender que o corte virá, e não quando ele de fato acontece. O relatório classifica esse período como a “parte nobre” da valorização.

Esperar a queda ou mexer agora?

Nesta semana, os olhos estão voltados para a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) na próxima quarta-feira (10). A expectativa do mercado é de manutenção dos juros da Selic em 15% ao ano.

Em geral, o que chamará a atenção é o tom do comunicado do BC, que pode dar pistas de quando começará o corte de juros. Até o momento, os analistas precificam um corte em março, mas há uma pequena parcela que ainda vê redução de juros em janeiro.

Para o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (8), em janeiro, os agentes passaram a ver manutenção da Selic, ante corte de 0,25 ponto percentual previsto na semana passada.

Para o investidor brasileiro acostumado com juros de dois dígitos, o conforto do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é tentador. Com retornos reais próximos de 10%, é comum a estratégia de manter o patrimônio em ativos livres de risco e aguardar o BC iniciar o corte da Selic para, só então, migrar para ativos mais arriscados. No entanto, o estudo aponta que essa hesitação pode custar caro.

O levantamento, que analisou ciclos de corte de juros entre 2008 e 2025, conclui que adiar a diversificação gera um custo de oportunidade para a carteira. A simulação aponta que a estratégia de antecipação superou a estratégia de espera em 2,89 pontos percentuais no período investigado.

Para chegar a esse número, o estudo analisou o comportamento do Ibovespa em janelas de 378 dias úteis e descobriu que quem antecipou a movimentação nos seis meses anteriores ao primeiro corte, viu o Ibovespa apresentar uma valorização média de 21,06%. Já os investidores que esperaram, a apreciação foi de 1,58%.

Os dados utilizados na análise têm como base alguns momentos marcantes da economia brasileira. Foram considerados cinco ciclos de queda da taxa Selic, cada um marcado por um contexto macroeconômico específico: o início de 2009, no pós-crise financeira global; setembro de 2011, período de questionamento sobre a credibilidade do Banco Central; outubro de 2016, durante o processo de recuperação da crise econômica doméstica; agosto de 2019, quando o país alcançou as mínimas históricas da taxa básica de juros; e, mais recentemente, agosto de 2023, no cenário de normalização pós-pandemia.

Em outras palavras, historicamente, a Bolsa tende a “andar de lado” — não sobe muito, nem cai muito — no ano seguinte ao início do ciclo de baixa, pois quase todo o retorno foi entregue na fase de expectativa.

Os índices de renda fixa atrelados à inflação (IMA-B) e pré-fixados (IRFM) também se beneficiam da antecipação, mas também conseguem entregar algum retorno positivo após o corte, ao contrário da bolsa, que praticamente fica estagnada.

Para medir o impacto da inércia nos resultados, a Ghia comparou duas carteiras teóricas. A primeira, chamada de estratégia cautelosa, mantinha 100% dos recursos em CDI e só começava a diversificar no dia do primeiro corte de juros.

A segunda, a estratégia diversificada, assumia posição em uma carteira moderada — composta por ativos em bolsa, renda fixa e crédito — seis meses antes do início do ciclo de baixa. O resultado dos 378 dias mostrou que a diversificação antecipada foi superior. Enquanto a carteira cautelosa acumulou um retorno médio de 19,73%, a carteira diversificada alcançou 22,62%. Ou seja, a espera custou 2,89 pontos percentuais de rentabilidade total ao investidor cauteloso.

Já a carteira diversificada rendeu 3,49% a menos ao ser montada no dia do corte em vez de 6 meses antes.

A antecipação não favorece apenas o mercado de ações. Os títulos pré-fixados, medidos pelo índice IRFM, também recompensam quem se posiciona antes do início efetivo do ciclo de queda da Selic.

O investimento antecipado nesse segmento teria rendido 24,41%, enquanto a entrada tardia proporcionaria 20,84%. Na prática, o investidor mais conservador deixou de ganhar 3,57 pontos percentuais.

Risco do corte

Apesar das vantagens, o estudo destaca que a qualidade do corte de juros é muito relevante. Ou seja, se o mercado perceber que a queda da Selic ocorre por pressão política e não por fundamentos econômicos sólidos — um cenário de “crise de credibilidade” — os ativos de risco podem se deteriorar mesmo com a queda das taxas. Nessa situação, a reação do mercado é oposta ao padrão.

O exemplo histórico foi o ciclo iniciado em setembro de 2011. Na época, o Banco Central iniciou um ciclo de redução da Selic antes do que o mercado projetava e em um contexto de inflação ainda pressionada.

A decisão provocou desconfiança quanto à autonomia técnica da instituição, já que muitos agentes passaram a interpretar o movimento como uma resposta à pressão do governo Dilma Rousseff para estimular o crescimento econômico.

Segundo a Ghia Investimentos, esse cenário de crise de credibilidade, semelhante ao início da década de 2010, “não se enquadra na conjuntura de hoje.”

O post Vale a Pena Esperar o Corte da Selic para Diversificar o Portfólio de Investimentos? apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Fonte

#Vale #Pena #Esperar #Corte #Selic #para #Diversificar #Portfólio #Investimentos

Observação da postagem

Nosso site faz a postagem de parte do artigo original retirado do feed de notícias do site forbe Brasil

As dicas de investimentos do site Forbes Brasil oferecem insights atualizados e estratégicos para investidores de todos os perfis. A Forbes explora temas como tendências do mercado financeiro, melhores opções de investimento no Brasil e no exterior, além de práticas para diversificar a carteira com segurança. Com uma abordagem voltada tanto para iniciantes quanto para investidores experientes, as recomendações visam maximizar o retorno e minimizar os riscos, trazendo perspectivas de especialistas e análises detalhadas sobre ações, fundos, imóveis, criptomoedas e outros ativos promissores.

Palavras chaves

Vale a Pena Esperar o Corte da Selic para Diversificar o Portfólio de Investimentos?

Dicas de investimentos
Investimentos Forbes Brasil
Estratégias de investimento
Como investir
Mercado financeiro
Diversificação de carteira
Retorno financeiro
Ações promissoras
Investimentos seguros
Análise de mercado
Rentabilidade
Tendências de investimentos
Investimento para iniciantes
Maximizar retornos
Finanças pessoais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *